Desde
o fim do primeiro Big Brother Brasil em 2002, o termo “ex-BBB” é usado de forma
pejorativa por críticos intencionados a denegrir os participantes. Até mesmo a
mídia, que publica o dia a dia dos brothers antes, durante e depois do reality
show, usa de má fé ao citar tal termo. Criticado por pseudo-intelectuais que
dizem que a atração não acrescenta nada à vida das pessoas, o BBB é um programa
de entretenimento.
Ou
seja: não tem a função de deixar o telespectador mais “culto” – lembrando que
cultura não é somente aquilo que você gosta – ou mais inteligente. Quem assiste
ao programa, o assiste como um passatempo, para dar risadas e para se divertir
vendo uma dúzia de desconhecidos fazendo atividades que quase todos os brasileiros
fazem diariamente, como tomar banho e almoçar/jantar.
Após
o término do programa, diversos participantes investem em carreiras artísticas.
E seja atuando em novelas, apresentando programas, dentre outras maneiras,
conseguem se manter em evidência na mídia. Sabrina Sato, GraziMassafera e Jean
Wyllys são três exemplos de brothers que continuam sendo pautas até hoje.
O
campeão do quinto BBB talvez seja a maior vítima do termo pejorativo. Eleito
deputado federal em 2010 e reeleito em 2014, Jean é sempre atacado nas redes
sociais por ser um dos mais atuantes parlamentares na defesa dos direitos humanos,
especialmente em relação à causa LGBT. Jornalista com mestrado em Língua e
Linguística, professor e escritor, Wyllys recebe frequentemente a alcunha de
“ex-BBB” por aqueles contrários à sua posição política.
Vice-campeã
da edição que teve Jean Wyllys como vencedor, Grazi Massafera hoje é atriz na Globo.
Após diversos trabalhos em novelas desde 2006, seu papel mais recente foi em
Verdades Secretas, novela das onze que se encerrou na última sexta-feira. Na
oportunidade, deu vida a Larissa, modelo viciada em crack.
Bastante
elogiada durante o folhetim, Grazi mostrou aos telespectadores todo o seu
talento, provando que não deve ser taxada de “ex-BBB”. Diversas passagens
marcantes de Verdades Secretas foram protagonizadas por ela. Após cena em que
sua personagem sofre um estupro coletivo, o
público “pediu” o Oscar para a atriz.
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Larissa (Grazi Massafera) após sofrer estupro coletivo em Verdades Secretas |
Sabrina
Sato, participante do terceiro BBB, fez parte da equipe do Pânico na rádio e na
televisão por dez anos. No humorístico, fazia a “inovadora” linha da gostosa
burra. Hoje, contrariando as expectativas dos que a viam apenas como o
estereótipo do Pânico, está à frente do Programa da Sabrina, na Rede Record.
Outro
grande exemplo a ser citado é Fernando Fernandes, que participou da segunda
edição do reality show. Após sofrer um acidente de carro que o deixou
paraplégico em 2009, o modelo encontrou na paracanoagem a sensação de liberdade
que havia perdido. Ainda naquele ano, o atleta teve o primeiro contato com a
modalidade, que o consagraria mundialmente anos mais tarde. Desde que passou a
disputar as competições na paracanoagem, Fernando vem conquistando grandes
títulos.
Atualmente,
é tricampeão sulamericano, tetracampeão mundial, bicampeão panamericano,
pentacampeão brasileiro e campeão da Copa do Mundo. Mais do que isso, também é
um campeão fora das águas. Mantém o Instituto
Fernando Fernandes Life, onde oferece aulas de canoagem e
outras atividades físicas para crianças com e sem
deficiência física e seus familiares.
Portanto,
é extremamente fútil e desnecessário se referir a esses e outros brothers como
“ex-BBB” com a intenção de denegrí-los. Todos provaram que possuem talento e
que seus 15 minutos de fama podem e devem durar muito mais que uma simples
formação de paredão ou uma prova do líder. Aos pseudocults, caso ainda não
saibam, existe algo criado há mais de cinco décadas que, basicamente, é
utilizado quando não se quer ver algo na telinha: controle remoto. Basta mudar
de canal ou desligar a tv que o problema está resolvido. Simples assim.
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O tetracampeão mundial de paracanoagem Fernando Fernandes |