“Lá vêm eles de
novo”, “olha só que absurdo”, “virou passeio” e “gol da Alemanha”. Nosso
coração até bate (sic) quando ouvimos essas frases. Neste mês, comemoramos o
aniversário de dois anos do maior vexame da história do futebol brasileiro.
Desde o fatídico 8 de julho de 2014, expressões como as citadas acima, passaram a fazer parte do
nosso vocabulário. O país do futebol passou a ser conhecido como o país do
7x1.
E nosso jornalismo
esportivo, claro, fez graça da nossa desgraça. No dia seguinte à partida,
praticamente todos os sites esportivos estampavam matérias do tipo “Veja os
melhores memes da derrota histórica do Brasil” e outras. Na
mídia impressa, as capas do dia 9 de julho tinham, em sua maioria, um
sentimento de revolta, mas ainda assim, era possível perceber alguns trocadilhos
sutis.
No
ano passado, no primeiro aniversário do 7x1, o twitter foi o local escolhido
pela Fox Sports e pelo Esporte Interativo para “reprisar em tempo real” o jogo.
A cada gol da Alemanha, mais e mais curtidas, rt’s e seguidores. Os canais “mitaram”,
como diriam os torcedores do ~~meu real~~ e do ~~meu napoli~~. A essa altura,
nossa imprensa já tinha marcado diversos gols contra e o 7x1 já havia se transformado numa
goleada inimaginável.
Na mídia esportiva, pouco
se viu (e se vê) a respeito dos fatores que levaram ao inacreditável placar
elástico do Mineirão. Não houve discussão sobre os verdadeiros motivos da
goleada, sobre como chegamos àquele episódio. Dois
anos depois, nosso jornalismo segue fazendo piada do capítulo mais triste
da história do nosso futebol.
Passaram-se dois anos
e todo dia é um 7x1 diferente. Fomos eliminados pelo Peru na Copa América, em
junho. Sim, o Peru! É mole?! (sem trocadilhos por favor). Quantos 7x1 serão
necessários para reformularmos nosso futebol? Quantos novos vexames? Quantas manchetes
engraçadinhas? Por enquanto, seguimos com o Bom Senso e o senso comum de que 7x1
foi pouco!