sexta-feira, 29 de julho de 2016

Para o jornalismo esportivo brasileiro, 7x1 foi pouco

“Lá vêm eles de novo”, “olha só que absurdo”, “virou passeio” e “gol da Alemanha”. Nosso coração até bate (sic) quando ouvimos essas frases. Neste mês, comemoramos o aniversário de dois anos do maior vexame da história do futebol brasileiro. Desde o fatídico 8 de julho de 2014, expressões como as citadas acima, passaram a fazer parte do nosso vocabulário. O país do futebol passou a ser conhecido como o país do 7x1.


E nosso jornalismo esportivo, claro, fez graça da nossa desgraça. No dia seguinte à partida, praticamente todos os sites esportivos estampavam matérias do tipo “Veja os melhores memes da derrota histórica do Brasil” e outras. Na mídia impressa, as capas do dia 9 de julho tinham, em sua maioria, um sentimento de revolta, mas ainda assim, era possível perceber alguns trocadilhos sutis.

No ano passado, no primeiro aniversário do 7x1, o twitter foi o local escolhido pela Fox Sports e pelo Esporte Interativo para “reprisar em tempo real” o jogo. A cada gol da Alemanha, mais e mais curtidas, rt’s e seguidores. Os canais “mitaram”, como diriam os torcedores do ~~meu real~~ e do ~~meu napoli~~. A essa altura, nossa imprensa já tinha marcado diversos gols contra e o 7x1 já havia se transformado numa goleada inimaginável.

























Na mídia esportiva, pouco se viu (e se vê) a respeito dos fatores que levaram ao inacreditável placar elástico do Mineirão. Não houve discussão sobre os verdadeiros motivos da goleada, sobre como chegamos àquele episódio. Dois anos depois, nosso jornalismo segue fazendo piada do capítulo mais triste da história do nosso futebol.

Passaram-se dois anos e todo dia é um 7x1 diferente. Fomos eliminados pelo Peru na Copa América, em junho. Sim, o Peru! É mole?! (sem trocadilhos por favor). Quantos 7x1 serão necessários para reformularmos nosso futebol? Quantos novos vexames? Quantas manchetes engraçadinhas? Por enquanto, seguimos com o Bom Senso e o senso comum de que 7x1 foi pouco!

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