Encerrados
no último dia 26, os Jogos Pan-Americanos de 2015, realizados na cidade de
Toronto, no Canadá, foram
duramente criticados pela revista Veja em recente artigo. Alexandre
Salvador é infeliz na sua colocação ao desmerecer os 590 atletas brasileiros
utilizando-se do argumento de que alguns países (Brasil, inclusive) não enviaram
seus principais nomes para competição.
O
autor, porém, se esquece dos recordes que poderiam ser (e foram) quebrados em
Toronto; assim como menospreza as histórias de luta e superação de nossos
competidores citados no texto
da Rede Record, detentora dos direitos de transmissão dos Jogos, como resposta
à revista.
Respondendo
à Veja, o Pan serve para incentivar às crianças e aos adolescentes do nosso
país, que sem perspectiva alguma de futuro, vêem no esporte uma chance para
mudar de vida. O Pan serve para recompensar os atletas brasileiros, que, sem
quaisquer incentivo ou patrocínio do Comitê Olímpico do Brasil (COB),
conseguiram chegar à competição, muitas vezes gastando o próprio dinheiro. O Pan
serve para premiar nossos competidores, que
tiveram uma infância difícil e tendo o esporte como seu
salvador, levaram a bandeira verde e amarela ao lugar mais alto do pódio em
Toronto.
O
Pan serve para o nadador Thiago Pereira, que se tornou o maior medalhista da
história dos Jogos Pan-Americanos, com 23 medalhas; para Etiene Medeiros, que
conquistou o primeiro ouro da história da natação feminina; para Tiago Camilo,
judoca tricampeão pan-americano; para Yane Marques, do pentatlo moderno,
bicampeã pan-americana; para Marcel Stürmer, tetracampeão pan-americano na
patinação artística
O
Pan serve para Ana Sátila, ouro no C1 da canoagem, o primeiro da história da
modalidade feminina no Brasil; para amigos e familiares desses e de todos os
quase 600 atletas que vibraram ao vê-los emocionados com a medalha no peito;
para milhares de brasileiros que se orgulharam ao ouvir o hino nacional sendo
tocado e cantado com louvor pelos nossos competidores no alto do pódio.
O
Pan serve para que tenhamos cada vez mais Thiagos, Etienes e Yanes no
noticiário esportivo e menos Eduardos no
noticiário policial. Quanto à Veja, sigamos tentando descobrir para que serve
(ou desserve) tal revista.
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Isaquias Queiroz, dois ouros e uma prata no Pan, após a perda de um rim e sequestro |
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