Eduardo
de Jesus Ferreira. Dez anos de idade. Negro. Morador do Complexo do Alemão.
Apenas mais um a entrar na estatística. Apenas mais uma vítima da PM covarde.
Apenas mais uma vítima do sistema. Apenas mais uma criança que tem seus sonhos
interrompidos graças à repressão policial que ocorre diariamente nas favelas.
Nesta
quinta feira, 2, Eduardo foi brutalmente assassinado por um policial militar do
batalhão de choque da PM. O garoto foi baleado na cabeça na porta de sua casa e
morreu imediatamente.
Eduardo
não é o primeiro e nem será o último a ser assassinado na favela.
Frequentemente (quando a mídia julga necessário), se tem notícia de que a
Polícia matou inocentes (em sua maioria negros e jovens) apenas e unicamente
pelo fato de serem moradores da favela. Quem não se lembra do caso de Alan de
Souza Lima? O
jovem de 15 anos teve sua morte filmada pelo próprio celular na Favela da
Palmeirinha.
Quantos
Eduardos e Alans precisam ser mortos diariamente para deixarem de ser apenas
estatísticas? Quantos Eduardos e Alans precisam ser mortos diariamente para
virarem notícias? Quantos Eduardos e Alans precisam ser mortos diariamente para
discutirmos a desmilitarização da Polícia? Dia após dia, nossa PM se mostra
racista e preconceituosa e ninguém se importa, pois essas mortes já se tornaram
comuns aos nossos olhos. A morte do negro na favela deixou de ser notícia e
passou a ser fato.
Segundo
sua mãe, Terezinha, Eduardo sonhava em ser bombeiro e ajudar o próximo.
Ironicamente morreu vítima de quem deveria sempre nos estender a mão. Triste
pensar que, na dúvida entre atirar ou não no negro, a Polícia sempre opta pela
primeira opção. Lamentável ver que nosso País só anda para trás, vide a PEC que
reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. Impossível sonhar com um futuro
melhor diante de tanta injustiça e covardia.
Vá
em paz, Eduardo. Vá iluminar aqueles que direta ou indiretamente são o culpado
de sua partida. Peça muita luz e paz à caminhada desses, pois são os que mais
precisam. Por aqui, continuaremos esperando que amanhã seja melhor. Prometo.
Mas não hoje, Eduardo. Amanhã, infelizmente não será melhor.
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