Hoje,
7 de abril, é comemorado o Dia do Jornalista. Instituída pela ABI (Associação
Brasileira de Imprensa), a data homenageia o médico e jornalista Líbero Badaró.
Vindo da Itália em 1826, três anos mais tarde, fundou o periódico Observador
Constitucional, no qual denunciava o abuso de poder do Império, à época de D.
Pedro I. Badaró foi morto por inimigos políticos em São Paulo em 22 de novembro
de 1830. O movimento popular gerado por sua morte levou à abdicação de D. Pedro
I no dia 7 de abril de 1831. Um século depois, em 1931, 7 de abril foi
instituído como o Dia do Jornalista.
Antes
de mais nada, é preciso entender a diferença entre ser jornalista e ser
“jornalista”. Ser jornalista não é considerar compreensível a
atitude de justiceiros ao amarrarem um menor de idade em um poste. Isso é ser
“jornalista”. Ainda mais quando sua fala, em rede nacional, provoca
mais casos de “justiça com as próprias mãos” em todo o Brasil. Ou
quando, decorrente de um boato na internet, uma mulher
é linchada e morre após ser acusada de seqüestrar crianças para utilizá-las em
ritual de magia negra.
Ser
jornalista não é apresentar
um programa de televisão de cueca. Isso é ser “jornalista”.
Para um programa tão sensacionalista quanto o “Brasil Urgente”, que vive de
explorar a desgraça alheia (inclusive com imagens de mortos como se fossem
lixo), aparecer de cueca em rede nacional é mero detalhe. Acusar
sem provas e distorcer os fatos afim de ter audiência é o objetivo
de Datena e sua trupe, que já conquistou seu espaço na televisão brasileira há
anos.
Ao
afirmar que “o homem é o lobo do homem”, Thomas Hobbes nos propõe uma reflexão:
sendo o jornalista um formador de opinião, ele deve expor o seu pensamento em
um veículo de comunicação, mesmo que esse gere conseqüências graves como os
casos de “justiça com as próprias mãos” ocorridos em 2014?
Sabendo
que temos desejos e necessidades semelhantes e que é natural o conflito entre
nós, o jornalista deve se lembrar que mais vale uma noite bem dormida do que
uma noite com insônia pensando em como explorar a desgraça alheia no dia
seguinte e atingir a liderança na TV.
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